terça-feira, 2 de novembro de 2010

As Vindimas 2010 na Casa Aranda

Estamos no Outono, os dias estão a ficar mais curtos e as noites mais frias, já apetece beber um chazinho quente à noite. A natureza veste um manto de cor vermelha, laranja e amarela. E foram essas cores que as vinhas apresentavam na altura das vindimas, que acabaram à pouco tempo.
Este ano tive a oportunidade de viver um pouco mais a época das vindimas. No dia em que fui visitar a Quinta Casa Aranda, chovia em Santa Maria da Feira, Porto e Aveiro. Todas com o mesmo panorama e as notícias tinham dado chuva para todo o território. No entanto, ao entrar no Coração do Dão, fiquei muito surpreendida com o tempo, o céu azul e temperaturas acima dos 20ºC. Já tinha ouvido falar do “tal microclima” dessa região, mas, ver e sentir essa diferença significativa do tempo é outra questão.

Ao chegar à Quinta deparei-me com uma adega “desarrumada”, ou seja, o não habitual, chão limpo, todo o equipamento arrumado, etc.

Em primeiro lugar, um cheiro intenso mas muito agradável a vinho, mangueiras que vinham do exterior (do desengaçador)  a bombear as uvas para dentro de uma cuba de fermentação, noutra cuba já estava o vinho a fermentar, o chão com algumas manchas de vinho, ou talvez ainda sumo de uva.
No exterior, um trator carregado com caixas de uvas, e a colocar as mesmas do desengaçador. Era de facto a altura de mais movimento durante o ano, na adega.
Aprendi que o densímetro é um instrumento (areómetro) para medir a densidade dos líquidos. Embora nem toda a densidade dos mostos se deva ao açúcar, o densímetro utiliza-se para definir o valor do álcool potencial de um mosto. O densímetro permite obter, por via física, uma indicação mais simples do grau de açúcar. Para isso introduz-se o areómetro no mosto, a 15ºC de temperatura, e mede-se o nível de flutuação na correspondente escala graduada do instrumento. A densidade do mosto fica assim determinada em graus Baumé (ºB) e a partir deste dado pode calcular-se a proporção de açúcar. Mais fácil ainda, é utilizar um mustímetro ou pesa-mostos, o qual, na realidade, é um densímetro que possui uma escala graduada em que se indica exactamente a percentagem de açúcares que há no mosto. 

O vinicultor da Quinta, Walter, explicou-me pormenores sobre a plantação das vinhas (o que é uma vara, um bacelo, a época própria para se podar, enxertos na vinha ou no viveiro, etc), a importância da exposição solar, da produtividade de vinhas novas ou vinhas velhas, das roseiras plantadas na vinha para alerta sobre o oídio (oídio = designação extensiva a uns fungos parasitas, ascomicetes, que atacam gravemente muitas plantas, também conhecidos por cinzeiro ou poeira-da-vinha). E muito mais informações...........!! .No fundo, tive um curso intensivo sobre o mundo dos vinhos, mas desta vez, começando pela plantação da vinha até à vindima.




Este dia na Quinta só foi interrompido pelo almoço, pois tive a honra de ser convidada para o almoço, no solar da Casa Aranda, pela Dna. Maria Alcina, tia do Dr. Morais Soares, e sócio-gerente da Casa Aranda.
É difícil descrever um almoço naquele solar maravilhoso, almoçar em excelente companhia e estar rodeada de peças únicas, que contam a história da família Aranda, que passaram por muitas gerações. Senti-me como se estivesse noutro mundo. E o almoço, simplesmente fantástico, acompanhado por vinhos da casa.





Guardarei este dia na minha memória como um dia muito especial,

Até breve

Fátima

1 comentário:

  1. Fátima!

    Belo artigo... boas fotos, e acima de tudo belos pormenores do que é uma vindima!

    Parabéns!

    Vítor

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